Angola fechou o ano de 2016 com uma inflação acumulada superior a 40%, prevendo para 2017 uma descida para cerca de 25% e desde o primeiro trimestre de 2016 que a taxa de câmbio oficial definida pelo BNA estava fixa nos 166 kwanzas por cada dólar norte-americano e nos 186 kwanzas por cada euro.
Contudo, face à falta de divisas aos balcões dos bancos comerciais, o mercado de rua, que para muitos constitui a única alternativa para aceder a moeda estrangeira, desde as eleições gerais de agosto que antecipa uma desvalorização da moeda angolana, transacionando nos últimos dias cada dólar a praticamente 450 kwanzas e o euro acima dos 510 kwanzas.
No final do dia de terça-feira, já com os efeitos da indexação do kwanza angolano ao euro, a cotação oficial apurada pelo BNA para comprar um dólar norte-americano e um euro ficou-se, respetivamente, nos 185,5 kwanzas e 221,2 kwanzas.
No sentido contrário, o euro valorizou 19% e o dólar norte-americano quase 12%, face ao kwanza angolana, respetivamente.
Trata-se da primeira desvalorização real da moeda angolana em quase dois anos e que resultou do novo regime flutuante cambial em vigor, aplicado quando as Reservas Internacionais Líquidas do país estão em mínimos históricos, de 14.000 milhões de dólares, devido à crise da cotação do petróleo.
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Lexlink
12/01/2018