Depreciação do kwanza preocupa industriais

O kwanza angolano fechou na terça-feira com uma depreciação total de 16% face ao euro, passando a moeda europeia a ser a referência para o mercado de câmbios de Angola, no âmbito do novo regime flutuante cambial em vigor, enquanto a quebra face ao dólar rondou os 10%.
O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, criticou a forma como está a ser conduzida a depreciação em curso do kwanza angolano, receando os efeitos da especulação da cotação do mercado de rua na inflação.

Angola fechou o ano de 2016 com uma inflação acumulada superior a 40%, prevendo para 2017 uma descida para cerca de 25% e desde o primeiro trimestre de 2016 que a taxa de câmbio oficial definida pelo BNA estava fixa nos 166 kwanzas por cada dólar norte-americano e nos 186 kwanzas por cada euro.

Contudo, face à falta de divisas aos balcões dos bancos comerciais, o mercado de rua, que para muitos constitui a única alternativa para aceder a moeda estrangeira, desde as eleições gerais de agosto que antecipa uma desvalorização da moeda angolana, transacionando nos últimos dias cada dólar a praticamente 450 kwanzas e o euro acima dos 510 kwanzas.

No final do dia de terça-feira, já com os efeitos da indexação do kwanza angolano ao euro, a cotação oficial apurada pelo BNA para comprar um dólar norte-americano e um euro ficou-se, respetivamente, nos 185,5 kwanzas e 221,2 kwanzas.

No sentido contrário, o euro valorizou 19% e o dólar norte-americano quase 12%, face ao kwanza angolana, respetivamente.

Trata-se da primeira desvalorização real da moeda angolana em quase dois anos e que resultou do novo regime flutuante cambial em vigor, aplicado quando as Reservas Internacionais Líquidas do país estão em mínimos históricos, de 14.000 milhões de dólares, devido à crise da cotação do petróleo.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
Lexlink
12/01/2018

Leave a Reply

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.