Dia: 28 de Fevereiro, 2018

O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (CPM) reuniu hoje, dia 28 de Fevereiro de 2018

O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (CPM) reuniu hoje, dia 28 de Fevereiro de 2018, tendo decidido pela manutenção da Taxa BNA em 18%.

O CPM decidiu, igualmente, manter as taxas de juro das facilidades permanentes de cedência e absorção de liquidez em 20% e 0%, respectivamente. O coeficiente de reservas obrigatórias manteve-se em 21%.
O CPM analisou a evolução dos indicadores relativos à economia nacional com realce para a evolução da taxa de inflação e dos factores que determinam o seu comportamento no curto prazo. Foi ainda analisada informação sobre a evolução dos principais indicadores da economia internacional.
O IPCN (Índice de Preços do Consumidor Nacional), que inclui todas as províncias, registou uma variação mensal de 1,47% (-0,78 p.p.) e de 22,72% nos últimos 12 meses (-0,95 p.p.). As províncias que apresentaram maiores variações foram a Lunda-Norte (3,45%), Moxico (2,44%) e Zaire (2,24%), enquanto as províncias com menores variações foram Benguela (1,29%), Huíla (1,32%) e Cuando-Cubango (1,33%). No que diz respeito à variação de preços no panorama geral do IPCN por classes, constatou-se que o cenário foi semelhante ao da província de Luanda, no qual a subida de preços foi maioritariamente observada na classe Educação (13,53%). A taxa de inflação mensal, a nível nacional, tem seguido uma trajectória ascendente nos últimos três meses.
A Base Monetária em Moeda Nacional, variável operacional da política monetária, contraiu 9,15% face a Dezembro de 2017. Devido à tendência crescente da inflação mensal, o BNA implementou algumas medidas de política monetária tais como a alteração do mecanismo de cumprimento das reservas obrigatórias em Dezembro de 2017, para além da utilização dos instrumentos de gestão fina da liquidez considerada excedentária.
 
No mercado monetário interbancário observou-se, no mês de Janeiro de 2018, um aumento de 83,12% dos montantes transaccionados, totalizando um fluxo de Kz 1.196,75 mil milhões. A taxa LUIBOR na maturidade overnight aumentou em 1,68 p.p. face ao mês anterior fixando-se em 19,45%.
O agregado monetário que congrega a totalidade dos depósitos bancários em moeda nacional e as notas e moedas em poder público, denominado de M2, variou negativamente em Kz 95,82 mil milhões no mês em análise. Com efeito, passou de Kz 4.518,76 mil milhões em Dezembro de 2017 para Kz 4.422,94 mil milhões em Janeiro de 2018, o que corresponde a uma diminuição de 2,12%.
No mercado de crédito, observou-se uma expansão do Crédito em Moeda Nacional em termos reais de 0,49%. Porém, verifica-se uma contracção de 12,65% desta rubrica face ao período homólogo de 2017.
A venda de divisas ao mercado, visando a manutenção dos níveis actuais de oferta de bens de consumo, levaram a uma redução de 1,51% das Reservas Brutas (RIB), que se situaram em USD 17.717,51 milhões (contra os USD 17.989,66 milhões em Dezembro de 2017). No final do mês em análise, o nível de reservas internacionais permitia a cobertura de 7,37 meses de importação de bens e serviços. O BNA vendeu USD 945 milhões aos bancos comerciais, o que representou um aumento de 15,90% face a Dezebro de 2017.
Em resultado dos leilões organizados durante o mês de Janeiro de 2018, o Euro e dólar dos Estados Unidos valorizaram 39,50% e 24,88%, respectivamente, face à moeda nacional. A 4 de Janeiro de 2018, realizou-se uma sessão extraordinária do CPM, tendo este órgão decidido pela adopção de um regime de câmbio flutuante com bandas, substituindo o anterior regime de câmbios fixos. O objectivo da alteração deste regime é a sustentabilidade das contas externas. No dia 9 de Janeiro, o BNA procedeu ao primeiro leilão de venda de divisas, dando início ao processo de formação da taxa de câmbio, dentro do regime de câmbio flutuante com bandas. A taxa de câmbio média de referência de venda do Euro e do Dólar no mercado cambial primário, apurada no último dia do mês, foi de EUR/AOA 257,39 e USD/AOA 207,21, tendo partido de EUR/AOA 184,50 e USD/AOA 165,92 no final de 2017.
A redução no valor das exportações do sector não-petrolífero levou a uma diminuição do saldo da balança comercial em 6,41% face ao mês de Dezembro de 2017, situando-se em USD 2.205,72 milhões. As exportações reduziram em -5,39% e as importações em -3,00%. Em termos homólogos o saldo da balança comercial aumentou 47,24%, devido ao aumento das exportações (19,53%) e uma redução das importações (-16,34%).
A próxima reunião do Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola realiza-se no dia 30 de Março de 2018.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
BNA
28/02/2018

Câmbio flutuante não é adequado à economia angolana

Pouco mais de um mês após o arranque dos leilões de divisas em câmbio flutuante, especialistas ouvidos pelo Mercado alertam para os riscos da implementação deste sistema. O primeiro leilão, recorde-se, ocorreu em 9 de Janeiro, mas este sistema, defendem, é mais adequado a economias mais desenvolvidas e estáveis do que a angolana, onde há carência de divisas e onde quase tudo é importado, incluindo bens de primeira necessidade. Para o economista Fragoso Manuel de Sousa, o câmbio flutuante poderá conduzir a uma “valorização excessiva” das principais divisas no mercado cambial, com impacto na redução das importações de bens e serviços, assim como a uma diminuição das exportações, dado que, para a produção de bens vendáveis ao exterior, é preciso importar matérias-primas.

De acordo com contas do Mercado com base na cotação do kwanza referida na página web do Banco Nacional de Angola (BNA), desde o início do câmbio flutuante, até esta terça-feira (20 de Fevereiro), o kwanza depreciou cerca de 39,7%, face ao euro e 25,5% em relação ao dólar norte-americano “Uma moeda vale aquilo que os compradores estão dispostos a pagar por ela”, explica Fragoso de Sousa.
“Este fenómeno é determinado pela oferta e procura, que são definidos pelo investimento, taxas de importação e exportação, assim como um conjunto de outros factores com impacto na economia”, acrescenta o economista, que alerta que o novo modelo cambial pode, por via dos efeitos potenciais, agravar problemas já existentes na economia, como a “inflação e o desemprego”. Ainda assim, admite, o modelo pode ter como vantagem o facto de permitir “maior previsibilidade ao mercado financeiro” em termos de cotação. “A banda pode ser mexida de acordo com a situação económica interna ou externa, segundo as necessidades do mercado cambial, que vive contudo sob fortes restrições de divisas, face à redução das receitas petrolíferas, motivada pela quebra da cotação mundial”, explica.
Sistema é “insustentável”
Na perspectiva de Lopes Paulo, economista e docente universitário, o regime da taxa de câmbio flutuante, por oposição à taxa deliberada de forma administrativa, é “insustentável”, porque o BNA não tem reservas de divisas suficientes para fazer os ajustes cambiais. A insustentabilidade do sistema cambial, avança, reside no facto de a economia nacional ser improdutiva e fortemente dependente de importações, o que “pressiona as reservas” do banco central. “Os agentes económicos estarão com dificuldades em obter divisas e poderão recorrer à especulação”, alerta.
Américo Castro, também economista, lembra que, agora, a cotação das divisas é definida diariamente, na interacção entre os agentes económicos. “O câmbio flutuante é muito volátil, e nem sequer os fundamentos macroeconómicos conseguem esclarecer as causas da volatilidade, sobretudo no curto prazo. Tal facto pode aumentar o risco da taxa de câmbio”, avisa.
O actual regime cambial é administrado dentro de uma banda compatível com a meta de inflação e o nível das reservas internacionais líquidas (RIL) que assegure, pelo menos, seis meses de importação, indica o Executivo, no Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM). Mas, para os empresários, persiste o desajustamento entre a procura e oferta de divisas no mercado cambial. José do Amaral, importador de bens de consumo, garante ao Mercado que “tem sido difícil” conseguir dólares ou euros nos bancos comerciais. “Há muita negociata no mercado”, lamenta.
“As divisas para importação são compradas no mercado informal, onde 100 USD custam 50 mil Kz. Importar bens de primeira necessidade é um acto de coragem e sacrifício, pelas dificuldades que experimentamos”, afirmou José do Amaral. Desde o passado dia 9 de Janeiro até dia 15 de Fevereiro, o BNA vendeu cerce de 1,3 mil milhões EUR e 225,6 milhões USD.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
Mercado
28/02/2018

28.02.2018 – Cotações do dia ( BNA, Banca Comercial, Mercado Informal – Kinguilas – e Private Deals )

1 – BNA
Taxas oficiais do Banco Nacional de Angola
USD 213,14 (Compra 212,91 Venda 213,36) – Variação (+) 0,16%
EUR 261,98 (Compra 261,65 Venda 262,31) – Variação (+/-) 0%

2 – BANCA COMERCIAL
Taxas dos Bancos Comerciais em Angola
2.1 – Divisas
USD 215,50 (Compra 213,36 Venda 217,63) – Variação (+) 0,14%
EUR 264,93 (Compra 262,31 Venda 267,55) – Variação (+/-) 0%
2.2 – Venda de Notas
USD 217,63 Variação (+) 0,14%
EUR 267,55Variação (+/-) 0%

3 – KINGUILAS – Compra e Venda de Notas
Taxa média aplicada pelo Mercado de Rua em Angola
USD 425,00 – Variação (+/-) 0%
EUR 520,00 – Variação (+/-) 0%

4 – PRIVATE DEALS – Compra e Venda de Divisas Bancárias
Taxas médias aplicadas através de negociação entre particulares
USD 500,00 – Variação (+/-) 0%
EUR 550,00 – Variação (+/-) 0%