Dia: 10 de Abril, 2018

Fundo Soberano usado como banco pessoal?

Com o título “Les milliards du peuple angolais font la fortune d”un entrepreneur Suisse”, que se pode traduzir por “os milhares de milhões de dólares do povo angolano fazem a fortuna de um empresário suíço”, a publicação passou a pente fino as “ligações pessoais” de Jean-Claude Bastos de Morais com o aparelho de Estado angolano.
Contas redondas, num único ano, de 2014, Jean-Claude Bastos de Morais encaixou cerca de 120 milhões de dólares pela prestação de serviços de consultoria ao FSDEA. A partir do ano seguinte, 2015, passou a receber entre 60 a 70 milhões de dólares anuais pela gestão de sete fundos de investimento criados nas Ilhas Maurícias pela sua empresa Quantum Global, com 3 mil milhões de dólares do Fundo Soberano. A estes ganhos directos, decorrentes de honorários pagos pelo Fundo Soberano de Angola, Bastos de Morais junta dividendos de investimentos viabilizados pelo Fundo.
Por exemplo, o FSDEA financia em 180 milhões de dólares o projecto de mais de 800 milhões de dólares para construção do Porto de Caio, em Cabinda, cuja empresa concessionária – Caioporto SA – é detida maioritariamente pelo empresário suíço-angolano.
O Fundo também aprovou 157 milhões de dólares para a edificação de uma torre futurista no centro de Luanda, num terreno que pertence a uma empresa de Bastos de Morais.
Para além de o Estado angolano ter assinado um contrato com essa firma do empresário, uma segunda empresa do suíço-angolano ficou com a direcção do projecto e execução de uma parte da torre destinada a alojar escritórios.
Resumidamente, estes são “os milhares de milhões de dólares do povo angolano que fazem a fortuna” do empresário, descrevia o Le Matin Dimanche.
Por detrás da análise está uma gigantesca fuga de informação, com a exposição de mais de 13 milhões de ficheiros de uma firma de advogados, a Appleby, que tinha nos seus arquivos os “truques” de milhares de pessoas e empresas abrangendo o período entre 1950 e 2016 para “pouparem” nos impostos devidos, ou ainda a Asiaciti Trust, de Singapura, ambas com escritórios e representações nos mais importantes paraísos fiscais do mundo.
Como Jean-Claude Bastos de Morais e a Quantum Global têm ligação privilegiada com os escritórios da Appleby nas Ilhas Maurícias e nas Ilhas Virgens Britânica, os Paradise Papers incluem centenas de documentos sobre o empresário suíço-angolano, considerado pelos advogados como um cliente de “alto risco”.
Recorde-se que Bastos de Morais é detentor de 85% do Banco Kwanza Invest (ex-Banco Quantum), participação que adquiriu a José Filomeno dos Santos, quando este foi nomeado para o FSDEA pelo ex-Presidente da República e seu pai, José Eduardo dos Santos.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
Novo Jornal
10/04/2018

10.04.2018 – Cotações do dia ( BNA, Banca Comercial, Mercado Informal – Kinguilas – e Private Deals )

1 – BNA
Taxas oficiais do Banco Nacional de Angola
USD 216,69 (Compra 216,44 Venda 216,93) – Variação (-) 0,46%
EUR 267,10 (Compra 266,76 Venda 267,43) – Variação (+/-) 0%

2 – BANCA COMERCIAL
Taxas dos Bancos Comerciais em Angola
2.1 – Divisas
USD 219,10 (Compra 216,93 Venda 221,27) – Variação (-) 0,46%
EUR 270,11 (Compra 267,43 Venda 272,78) – Variação (+/-) 0%

2.2 – Venda de Notas
USD 221,27 – Variação (-) 0,46%
EUR 272,78Variação (+/-) 0%

3 – KINGUILAS – Compra e Venda de Notas
Taxa média aplicada pelo Mercado de Rua em Angola
USD 420,00 – Variação (+/-) 0%
EUR 515,00 – Variação (+/-) 0%

4 – PRIVATE DEALS – Compra e Venda de Divisas Bancárias
Taxas médias aplicadas através de negociação entre particulares
USD 500,00 – Variação (+/-) 0%
EUR 550,00 – Variação (+/-) 0%