Dia: 14 de Setembro, 2018

Taxa de inflação cai para 18,5 por cento

O Índice de Preços no Consumidor Nacional registou uma variação de 1,21 por cento em Agosto, anunciou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE), acrescentando que a variação homóloga caiu para 18,56 por cento.

A taxa de inflação homóloga, a 12 meses, retrocede, assim, 6,62 pontos percentuais em relação à observada em igual período do ano anterior, sendo a mais baixa em três anos.

A classe “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas” foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços, diz o INE, apontando para os 0,55 pontos percentuais de aumento durante Agosto. É seguida das classes “Vestuário e Calçado”, com 0,14 pontos percentuais, “Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção” com 0,11 pontos percentuais, e “Bens e Serviços Diversos” com 0,10 pontos percentuais.

Em termos geográficos, as províncias que registaram maior aumento foram o Bengo com 1,82 por cento, Cuanza-Sul com 1,75, Malanje com 1,68 e Uíge com 1,59, ao passo que no outro extremo estiveram as províncias de Lunda-Sul com 0,70 por cento, Namibe com 0,79, Cabinda com 0,90 e Huíla com 0,94.

Em 2016, a inflação em Angola (12 meses) ultrapassou os 40 por cento e no ano seguinte os 30 por cento.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
JA
14/09/2018

China empresta mais 11 mil milhões de dólares a Angola

A China vai abrir uma nova linha de crédito no montante de 11 mil milhões de dólares a favor de Angola, ao abrigo de um acordo a ser assinado no decurso da visita oficial à China do Presidente João Lourenço, informou o África Monitor.

O boletim de informação adiantou que parte substancial da nova linha de crédito, garantida por petróleo, destina-se a financiar 78 projectos de desenvolvimento, a maior parte dos quais no sector das infra-estruturas.

O Presidente de Angola, que deverá visitar a China a 12 de Outubro próximo, esteve recentemente em Pequim para participar na terceira cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).

O boletim escreveu ainda que a hipótese, inicialmente admitida, de se aproveitar essa oportunidade para a assinatura do novo acordo de cooperação, foi posta de lado por se ter considerado que seria mais próprio fazê-lo no contexto de uma visita oficial.

Para finalizar a negociação do acordo, uma missão chefiada pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, integrando o ministro dos Transportes Ricardo de Abreu, chegará a Pequim alguns dias antes da visita do Presidente João Lourenço.

À margem da realização do FOCAC, o ministro Archer Mangueira anunciou que a dívida de Angola à China ascende a 23 mil milhões de dólares.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
Macauhub
14/09/2018

Crédito malparado em Angola mais do que duplica em três anos

O rácio de crédito malparado face ao crédito concedido na banca de Angola mais do que duplicou nos últimos três anos, tendo passado de 11% em Dezembro de 2015 para cerca de 26% em Junho passado, disse quinta-feira o governador do Banco Nacional de Angola (BNA).

José de Lima Massano proferia, em Luanda, o discurso de abertura da sessão de apresentação da 13.ª edição do estudo “Banca em Análise 2017”, elaborado pela Deloitte Angola.

O governador disse ainda que o aumento das dificuldades de reembolso dos empréstimos por parte das famílias e empresas é mais sentida nos sectores do comércio, construção e actividade imobiliária, reflexo do ritmo de crescimento da economia nos anos mais recentes.

“Daí que o aumento da rendibilidade da banca comercial derive, essencialmente, do acréscimo de resultados cambiais e de proveitos obtidos em títulos e valores mobiliários, divergindo da concessão de crédito à economia”, disse.

Esta realidade representa, segundo o governador, “uma preocupação acrescida e que vimos partilhando com a Associação Angolana de Bancos e outros intervenientes institucionais no sentido de em conjunto encontramos os melhores caminhos para o aumento da concessão do crédito, mas em condições de maior segurança.”

José de Lima Massano adiantou que apesar do sistema financeiro se encontrar acima dos níveis mínimos estabelecidos no que respeita à adequação de capital, “o certo é que o risco existente na carteira de crédito poderá implicar o aumento das imparidades, com impacto negativo na solvabilidade regulamentar das instituições financeiras bancárias.”

José de Lima Massano deixou uma nota positiva, dizendo que as previsões do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional do Banco Nacional de Angola apontam para a apontam para melhoria dos índices de estabilidade do sistema bancário no presente semestre, que contrasta com a degradação que se verificava desde 2015.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
Macauhub
14/09/2018

14.09.2018 – Cotações do dia ( BNA, Banca Comercial, Mercado Informal – Kinguilas – e Private Deals )

1 – BNA
Taxas oficiais do Banco Nacional de Angola
USD 284,94 (Compra 284,65 Venda 285,22) – Variação (-) 0,58%
EUR 333,08 (Compra 332,68 Venda 333,48) – Variação (+/-) 0%

2 – BANCA COMERCIAL
Taxas dos Bancos Comerciais em Angola
2.1 – Divisas
USD 288,08 (Compra 285,22 Venda 290,93) – Variação (-) 0,60% 
EUR 336,82 (Compra 333,48 Venda 340,15) – Variação (+/-) 0%

2.2 – Venda de Notas
USD 290,93 – Variação (-) 0,60% 
EUR 340,15 – Variação (+/-) 0%

3 – KINGUILAS – Compra e Venda de Notas
Taxa média aplicada pelo Mercado de Rua em Angola
USD 365,00 – Variação (+/-) 0%
EUR 410,00 – Variação (+/-) 0%

4 – PRIVATE DEALS – Compra e Venda de Divisas Bancárias
Taxas médias aplicadas através de negociação entre particulares
USD 420,00 – Variação (+/-) 0%
EUR 465,00 – Variação (+/-) 0%

Discurso do Governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, na abertura da 12ª edição do estudo Banca em Análise

Excelências,
Senhoras e Senhores:
Muito bom dia
Com grande satisfação acolhi o convite do Dr. Duarte Galhardas, Presidente da Deloitte Angola, para a abertura deste já tradicional evento.
Como é do conhecimento geral, ao Banco Nacional de Angola, entre outras responsabilidades, compete garantir que o processo de intermediação financeira aconteça num ambiente de contínua estabilidade do próprio sistema financeiro, estimulando-se a poupança, o investimento e com isso, o crescimento económico e a inclusão social.
A existência de estabilidade financeira é também fundamental para que haja uma política monetária eficaz. Dificilmente o Banco Central executará a função de preservação do valor da moeda se, amiúde, conceder liquidez na forma de redesconto a instituições financeiras com problemas estruturais no seu balanço.
O índice de estabilidade do sistema bancário tem vindo a degradar-se desde 2015, estando em Março de 2018 avaliado em 31%, mas às previsões do Banco Mundial, do FMI bem como às do BNA apontam para melhoria dos índices de estabilidade do sistema bancário no presente semestre.
Como também é previsível, a vulnerabilidade macroeconómica que ainda se observa, incrementa as responsabilidades do BNA na prevenção, gestão e resolução dos desafios que se levantam ao sistema financeiro.
Destacamos com preocupação a qualidade dos activos creditícios, decorrente do agravamento dos níveis de incumprimento na carteira de crédito em instituições financeiras bancárias de importância sistémica média e alta.
De notar que, nos últimos 3 anos, o rácio de crédito mal-parado mais que duplicou passando de 11% em Dezembro de 2015 para cerca de 26% em Junho do corrente ano. Este aumento das dificuldades de reembolso dos empréstimos por parte das famílias e empresas, é mais sentida nos sectores do comércio, construção e actividade imobiliária, reflexo do ritmo de crescimento da economia nos anos mais recentes.
Daí que o incremento da rendibilidade da banca comercial derive, essencialmente, do aumento de resultados cambiais e de proveitos obtidos em títulos e valores mobiliários, divergindo da concessão de crédito à economia. Trata-se de uma preocupação acrescida e que vimos partilhando com a Associação Angolana de Bancos e outros intervenientes institucionais no sentido de em conjunto encontramos os melhores caminhos para o aumento da concessão do crédito, mas em condições de maior segurança.
No que toca à adequação de capital, apesar do sistema financeiro se encontrar acima dos níveis mínimos estabelecidos, o certo é que o risco existente na carteira de crédito poderá implicar o aumento das imparidades, com impacto negativo na solvabilidade regulamentar das instituições financeiras bancárias.
A realização de testes preliminares de esforço ao sistema financeiro bancário para o controlo de riscos materiais de crédito, mercado, operacional e de liquidez, determinaram a necessidade  do ajustamento dos valores mínimos de capital social e fundos próprios regulamentares, que  deverão ser cumpridos até 31 de Dezembro do ano em curso. Esses resultados levaram-nos também a publicar normas que vem regulamentar a implementação de programas regulares de testes de esforço pelas próprias instituições, avaliando-se permanentemente os factores de risco mais relevantes.
Ainda no âmbito da melhoria da estabilidade financeira, realço o processo de reestruturação orgânica e funcional do próprio Banco Nacional de Angola, tendo-se instituído novas unidades orgânicas, uma delas, focada na supervisão prudencial de instituições financeiras não bancárias, como reconhecimento da especificidade da supervisão deste tipo de instituições, quer ao nível da regulação quer dos próprios processos de supervisão. Autonomizamos as funções de averiguação e acção sancionatória das tarefas de supervisão, conferindo-se maior objectividade e imparcialidade de análise e maior especialização das equipas que zelam pelo cumprimento das normas e diretrizes dimanadas pelo Banco Nacional de Angola.
Do ponto de vista regulamentar, outra nota relevante das iniciativas em curso do Banco Nacional de Angola prende-se com à actualização das normas sobre governação corporativa e sistemas de controlo interno, onde será dado particular ênfase a critérios prudenciais mais exigentes no que respeita as regras de prevenção e gestão de conflitos de interesses, segregação de funções executivas e não executivas, identificação, controlo e mitigação de riscos, bem como, os requisitos de idoneidade e experiência profissional dos gestores das instituições financeiras.
A existência de boas práticas de governação corporativa beneficia não apenas os clientes, gestores, trabalhadores e accionistas das instituições financeiras bancárias bem como a sociedade em geral, mas simplificam também o trabalho da supervisão ou seja, as acções de supervisão e as práticas de governação, complementam-se umas às outras.
Ainda como  factor crítico para a estabilidade financeira de que gostaria de mencionar, prende-se com o estabelecimento de regras que concorram, para a inclusão financeira. Estamos conscientes que uma rede limitada de pontos de acesso aos serviços financeiros está entre os principais desafios à inclusão financeira, a julgar pela indisponibilidade de algumas infra-estruturas básicas, principalmente nas áreas rurais, aliada também ao fraco potencial económico e aos custos de transacção em algumas regiões do nosso País. De igual modo, há ainda uma oferta relativamente limitada de produtos e serviços especificamente criados e comercializados para atender às necessidades de determinados segmentos sociais, empresariais e por regiões.
Entretanto, de forma a fomentar o acesso a serviços financeiros por todos, o BNA estabeleceu o conceito de serviços mínimos bancários, que isenta os serviços financeiros mais básicos da cobrança de comissões e, ainda no mesmo âmbito, com o apoio do Banco Mundial, está em curso a revisão do quadro regulamentar dos sistema de pagamentos, visando criar um ambiente mais favorável à dinamização dos serviços móveis de pagamento e com isso a disponibilização de serviços financeiros básicos à um número maior de cidadãos.
É também por isso que com sentimento de satisfação, destaco aqui, a criação e regulamentação do Fundo de Garantia de Depósitos, instrumento de protecção dos depositantes. Angola passa estar assim entre cerca de 120 países no mundo que optaram por garantir a recuperação dos depósitos em caso de insolvência de determinada instituição depositária, sendo este mais um marco importante na credibilização  do nosso sistema financeiro.
Finalmente, congratulo a Deloitte pela sua perseverança como organizadora deste fórum e aos participantes, vão os meus votos que as apresentações neste encontro os inspirem nos caminhos e soluções para fortalecer as suas práticas de forma a que estas possam contribuir para uma melhor governação da banca angolana.
Declaro assim aberta a 13.ª edição do “BANCA EM ANÁLISE”.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
BNA
13/09/2018