O rácio de crédito malparado face ao crédito concedido na banca de Angola mais do que duplicou nos últimos três anos, tendo passado de 11% em Dezembro de 2015 para cerca de 26% em Junho passado, disse quinta-feira o governador do Banco Nacional de Angola (BNA).
José de Lima Massano proferia, em Luanda, o discurso de abertura da sessão de apresentação da 13.ª edição do estudo “Banca em Análise 2017”, elaborado pela Deloitte Angola.
O governador disse ainda que o aumento das dificuldades de reembolso dos empréstimos por parte das famílias e empresas é mais sentida nos sectores do comércio, construção e actividade imobiliária, reflexo do ritmo de crescimento da economia nos anos mais recentes.
“Daí que o aumento da rendibilidade da banca comercial derive, essencialmente, do acréscimo de resultados cambiais e de proveitos obtidos em títulos e valores mobiliários, divergindo da concessão de crédito à economia”, disse.
Esta realidade representa, segundo o governador, “uma preocupação acrescida e que vimos partilhando com a Associação Angolana de Bancos e outros intervenientes institucionais no sentido de em conjunto encontramos os melhores caminhos para o aumento da concessão do crédito, mas em condições de maior segurança.”
José de Lima Massano adiantou que apesar do sistema financeiro se encontrar acima dos níveis mínimos estabelecidos no que respeita à adequação de capital, “o certo é que o risco existente na carteira de crédito poderá implicar o aumento das imparidades, com impacto negativo na solvabilidade regulamentar das instituições financeiras bancárias.”
José de Lima Massano deixou uma nota positiva, dizendo que as previsões do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional do Banco Nacional de Angola apontam para a apontam para melhoria dos índices de estabilidade do sistema bancário no presente semestre, que contrasta com a degradação que se verificava desde 2015.
Publicação da autoria de Fonte Externa:
Macauhub
14/09/2018