A Sonangol vai regressar ao mercado internacional da dívida, após dois anos de ausência, noticiou recentemente o site ‘Econfinance Agency’, que enfatiza que “a operação é um teste à empresa que entra no mercado num contexto marcado pelo aumento do preço do barril de petróleo e por uma situação macroeconómica mais difícil em Angola”. A ausência, de dois anos, da petrolífera coincidiu com o período de preços mais baixos do petróleo.
O site referencia que a última vez em que a Sonangol captou recursos no mercado internacional de capitais foi em 2016, quando arrecadou 500 milhões dólares, considerado o menor valor mobilizado naquele mercado. O Standard Chartered Bank e o Afrexim Bank sempre foram os principais financiadores da empresa.
A informação não foi confirmada nem desmentida pela petrolífera estatal que promete pronunciar-se nos próximos dias, em conferência de imprensa, que também deverá abordar o processo de regeneração da companhia, que prevê uma privatização parcial.
O Prospecto Eurobonds, emitido em Março pelo Governo, destaca que a Sonangol pretende investir 3,6 mil milhões dólares entre 2018 e 2020, através de uma combinação do fluxo de caixa da companhia e dos empréstimos nos mercados de capitais internacionais. “Em 2018, a Sonangol planeia levantar aproximadamente quatro mil milhões de dólares em financiamento de dívida de bancos comerciais”, assinala o documento, lembrando que os gastos de capital da Sonangol consistem principalmente em custos associados à construção de instalações para a exploração e produção de petróleo, GNL e gás natural. Nos últimos três anos, a companhia pública gastou aproximadamente 2,99 mil milhões por ano em despesas de capital.
Além disso, a empresa estima que gastará 1,2 mil milhões de dólares por ano nos próximos três anos em despesa de capital, relacionada com a exploração e produção de petróleo e gás. Estes valores excluem o investimento da Sonangol na refinaria do Lobito, cujo custo original foi estimado em 6,4 mil milhões de dólares, mil milhões dos quais foram investidos até hoje.
O documento, emitido pelo Governo, assinala que, em 31 de Dezembro de 2017, o endividamento financeiro da Sonangol era de 4,9 mil milhões.
Historicamente, a política de endividamento da Sonangol baseava-se em fluxos de receitas decorrentes das vendas de petróleo bruto que lhe advinham das participações petrolíferas em Angola.
Desde 2006, os empréstimos da Sonangol assumiram uma estrutura mais tipicamente corporativa, passando a ser contraídos pela subsidiária integral da Sonangol, a Sonangol Finance Limited (SFL), e suportados por contratos de compra e venda de créditos petrolíferos entre a Sonangol e a SFL.
Publicação da autoria de Fonte Externa:
VE
25/10/2018