Bancos portugueses identificam clientes e investidores angolanos

O Banco de Portugal mandou identificar todos os clientes angolanos e todos os investidores com exposição ao mercado angolano que têm contas em bancos portugueses. Também a Procuradoria-Geral da República admite estar a prestar informações às autoridades angolanas sobre cidadãos daquele país.

Segundo apurou o CM, a decisão do Banco de Portugal surge na sequência do normal exercício de supervisão e não está relacionado com qualquer pedido do Banco Nacional de Angola. Mas a poucos dias da visita de João Lourenço, presidente de Angola, a Portugal volta à atualidade o património de cidadãos angolanos no nosso país.

Agora, enquadrado pela aprovação, a 26 de outubro, da Lei sobre o Repatriamento Coercivo e Perda Alargada de Bens, que permitirá ao Estado angolano, a partir de 2019, congelar os bens dos seus cidadãos que foram adquiridos de forma irregular noutros mercados.

Recorde-se que Portugal foi durante anos o destino privilegiado do investimento de vários angolanos ligados ao aparelho liderado por José Eduardo dos Santos, particularmente no imobiliário. Exemplo disso é o chamado ‘prédio dos angolanos’, uma urbanização de luxo no Estoril. Manuel Vicente foi um dos muitos compradores que em Portugal não escapou às suspeitas de branqueamento de capitais, depois de ter adquirido um imóvel nessa urbanização. O mesmo aconteceu com a compra de outros dois apartamentos pelos generais Dino e Kopelipa.

O inquérito acabou arquivado pela Justiça portuguesa. O CM questionou a PGR portuguesa sobre se o Governo angolano ou as autoridades judiciais angolanas solicitaram às autoridades portuguesas colaboração para a obtenção de informação que identifique os capitais existentes em Portugal para posterior repatriamento e se já foi prestada alguma informação.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
CM
20/11/2018

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