As reservas internacionais líquidas de Angola reduziram-se em 7,3 mil milhões de dólares no período de um ano, disse quinta-feira em Luanda o ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social.
Manuel Nunes Júnior, que procedia à apresentação do balanço económico do terceiro trimestre de 2018, disse que aquela redução ocorreu entre Dezembro de 2016 e Dezembro de 2017, quando as reservas internacionais líquidas passaram de 20,8 mil milhões para 13,5 mil milhões de dólares.
“As reservas sobre o exterior situam-se actualmente em 11,6 mil milhões de dólares, o que representa um decréscimo de 1,9 mil milhões de dólares desde o início do ano em curso”, adiantou o ministro, citado pela agência noticiosa Angop.
Manuel Nunes Júnior assinalou que a conta única de tesouro em moeda externa passou de 15,86 mil milhões de dólares em 2013, para 6,98 mil milhões de dólares em 2017, uma redução de 8,88 mil milhões de dólares, devido ao facto de ter havido uma queda acentuada das receitas que não foi acompanhada por uma redução proporcional das despesas.
Tal situação de queda das receitas resultou em défices orçamentais sistemáticos, financiados por meio do endividamento, quer interno, quer externo, tendo o ministro citado, a título de exemplo, que em 2016 se registou um défice de 3,7% do Produto Interno Bruto que em 2017 o défice aumentou para 6,3%.
Com défices sistemáticos, Angola viu o seu nível de endividamento a aumentar, tendo a dívida pública passado de menos de 30% do PIB em 2013, para cerca de 79% do PIB em 2017.
Para inverter o quadro de crescimento da dívida, o governo aprovou em Janeiro de 2018 o Programa de Estabilização Macroeconómica, instrumento que contém medidas fiscais para diminuição do défice orçamental de 6,3% de 2017 para 0,4% em 2018, prevendo-se para 2019 um excedente de 1,5%.
Publicação da autoria de Fonte Externa:
Macauhub
30/11/2018