Paulo Bracons : “Sul-africanos estão a vir e a olhar para Angola de forma diferente”

A criação de competências humanas e técnicas entre as companhias para a subscrição de riscos, a fim de fazer crescer o mercado e a taxa de penetração nos seguros, foram alguns dos temas abordados pelo CEO da Saham Seguros

A seguradora acaba de ser adquirida pelo maior grupo segurador de África. Neste âmbito, qual será a nova estratégia da seguradora?

Por enquanto não há uma alteração na nossa estratégia de actuação com a aquisição do grupo pelo accionista Sanlam. O que certamente há, numa primeira fase, é a optimização e a tentativa de obter ganhos em áreas onde o grupo, que está presente em 38 países, dos quais 33 em África, pode conseguir. Estamos a falar, por exemplo, a nível do resseguro naqueles mercados onde o grupo está presente, que são mercados interessantes para Angola do ponto de vista do negócio. Notamos, que por força das maiores facilidades de deslocação das pessoas, há muitos empresários sul-africanos que estão a vir e a olhar para Angola de forma diferente. Ora, a Saham Angola, como empresa do grupo Sanlam, estará bem posicionada no mercado para apoiar esses empresários quando começarem a desenvolver negócios aqui no País. Portanto, o que vamos fazer é alavancar e ganhar um maior suporte nas áreas em que hoje precisamos de fortalecer, porque o grupo Saham Finances não tinha essas áreas de especialidade.

Que áreas são essas …

Por exemplo, os seguros do ramo Vida, pois a Sanlam é um grande especialista neste segmento, e acredito que essa é uma área em que a Saham Seguros pode beneficiar muito do know how e da experiência que a Sanlam tem.

Qual é a principal vantagem da Saham Angola Seguros Seguro em relação às outras seguradoras, pelo facto de pertencer ao maior grupo de seguros de África?

Respondo-lhe citando alguns números que acho muito importantes. A Sanlam é um grupo que tem 75 mil milhões USD de activos sob sua gestão, todos os anos tem novo negócio na ordem dos 20 milhões USD. É um grupo que tem uma capitalização bolsista, ou seja um valor de mercado estimado em 17,1 mil milhões USD. Portanto, um grupo como este tem expertise e know how que vai trazer soluções e produtos que de outra forma havia mais dificuldade em desenvolver e disponibilizar ao mercado angolano.

A Saham continua a deter a segunda maior quota de mercado, mas com números inferiores aos de 2015. Agora que está inserido neste grande grupo segurador, qual é o plano da companhia com vista a alcançar o topo no curto-médio prazo?

Nesta altura só mos líder no segmento corporate e, naturalmente, pretendemos chegar à liderança do mercado. Comparativamente a outras seguradoras, temos uma estrutura de carteira bastante equilibrada. Ou seja, na minha carteira não tenho nenhuma área a representar 60 ou 70% do negócio. Há um grande equilíbrio entre as áreas de incêndio, engenharia, riscos industriais, automóvel, saúde, entre outras áreas. Isso dá-me ânimo e vontade de dizer que se o crescimento continuar a ser harmonioso, naturalmente vai levar-nos à liderança do mercado. Respeito muito os meus concorrentes, mas, a nossa ambição e objectivo vai para mais além.

Como foi o desempenho da companhia neste ano que está prestes a terminar?

Contamos fechar este ano ultrapassando um volume de negócios 20 mil milhões Kz, contra os 18 mil milhões alcançados em 2017. Fechamos o mês de Outubro com um crescimento de 23%. Portanto,estamos em linha com os objectivos traçados pela empresa. Em termos de resultados ainda é cedo para antecipar, mas 2018 tem sido um ano difícil, porque temos pago muito resseguro, observamos uma forte desvalorização da moeda nacional e as perdas cambiais impactam muito numa carteira como a nossa.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
Mercado
30/11/2018

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