A empresária Isabel dos Santos reclama uma dívida, sem especificar o valor, do Governo para com a sua empresa Niara Holding Limitada, que esteve ligada ao consórcio para a construção da barragem hidroeléctrica de Caculo Cabaça, mas que foi forçada a sair por decreto presidencial em Julho deste ano.
A empresária garante que a sua empresa participou activamente nas obras, mas nunca foi paga “por ser filha do presidente”.
“Tenho 750 trabalhadores até hoje lá na obra, não me pagam nada, zero. Não somos pagos há três anos, pois começámos a obra em 2015 e agora não me querem pagar”, desabafou a empresária.
Continuando, lamentou que, “quando convém”, se confunde “um dos maiores empresários do país e que mais empregos cria com a “filha do presidente”. Quando dá jeito, fazem esta confusão. No boxe, isso chama-se golpe baixo”, comparou. Interrogada sobre o valor em causa, a empresária respondeu de forma enigmática: “Quando és expulso sem explicação alguma…”
Ao VALOR, o Ministério das Finanças prometeu esclarecimentos.
Em Junho de 2015, o então Presidente José Eduardo dos Santos aprovou a entrega da obra, avaliada em 4.532 milhões de dólares, com financiamento do Banco Comercial e Industrial da China, ao consórcio CGGC & NIARA Holding Limitada. Um ano depois, aprovou um outro despacho, acrescentando ao consórcio as empresas Ghezouba Group Company e Boreal Investment.
Em Julho deste ano, João Lourenço excluiu do consorcio a Niara Holding e a Ghezouba Group Company e Boreal Investment, justificando com a “necessidade da modificação subjectiva”, considerando o “objecto do contrato e do seu equilíbrio financeiro”. Com 103 metros de altura máxima, a barragem vai armazenar 440 milhões de metros cúbicos de água e integrará uma central e um circuito hidráulico previstos para um caudal de 1.100 metros cúbicos de água a debitar por segundo, entre quatro grupos geradores.
Publicação da autoria de Fonte Externa:
VE
04/12/2018