O pacote de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Angola, que fixou o montante máximo de financiamento ao país em 3,7 mil milhões de dólares norte-americanos, deverá incluir novas desvalorizações do kwanza, antecipa a consultora Bloomberg Intelligence, que prevê que os ajustes cambiais retirem a economia angolana do grupo das três maiores da África subsaariana.
Angola é a terceira maior economia África subsaariana, atrás da Nigéria e da África do Sul, mas arrisca perder essa posição, no quadro do acordo com o FMI.
Segundo a consultora Bloomberg Intelligence, a Quénia e a Etiópia ameaçam tirar o lugar de Angola, que arrisca cair do pódio para a quinta posição do ranking.
Em causa, explicam os analistas, está o facto de “a flexibilidade da taxa de câmbio para recuperar competitividade” ser “um pilar crítico do programa” de ajuda negociado com o FMI.
Neste sentido, os especialistas antecipam “uma desvalorização adicional do kwanza”, cenário que “deve fazer com que Angola escorregue para o quinto lugar das maiores economias da África subsaariana”.
Os consultores da agência de informação financeira Bloomberg lembram que as previsões actuais do FMI para Angola estão baseadas numa desvalorização do kwanza em 48,5% este ano e 28% no próximo ano, o que compara com as estimativas anteriores de 10,1% e 7,3%, respectivamente.
O programa de apoio da instituição de Bretton Woods, que chegou a ser estimado por Angola em 4,5 mil milhões de dólares, destina-se essencialmente a apoiar as reformas económica e fiscal do país, estabilização do sistema financeiro nacional e também a redução da inflação. Os termos do acordo poderão contudo ser alterados pontualmente, visto que o compromisso prevê revisões semestrais.
Para este Programa de Financiamento Ampliado (EFF, na sigla em inglês), está ainda previsto, segundo comunicado divulgado no último fim-de-semana pelo FMI, que tenha um impacto positivo no “desenvolvimento humano” e na “reforma do sector público”.
Publicação da autoria de Fonte Externa:
NJ
13/12/2018