Reestruturação do BPC termina em Junho de 2020

Governo limitará o mandato da Recredit à compra de créditos malparados apenas do BPC. Plano prevê injecção de mais capital.

O plano de reestruturação do BPC constitui uma prioridade para o Governo, no sentido de garantir que este esteja “suficientemente” capitalizado até Junho de 2020, avança o Relatório do corpo técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Esta reestruturação, incluirá também a recapitalização adicional e mais transferências de créditos malparados para a entidade pública de recuperação de activos tóxicos. Assim, o Governo prevê limitar o Mandato da Recredit à compra de créditos malparado apenas do Banco de Poupança e Crédito (BPC).

Até ao fecho desta edição, o Mercado contactou o BPC para recolher dados referentes ao precesso de reestruturação da instituição, porém não recebeu resposta alguma. Recuperação de activos tóxicos Recorde-se que em 2016, o Governo lançou a Recredit, funcionando como um banco mau para adquirir o crédito malparado do BPC, injectando assim liquidez, na perspectiva de recuperar esses activos considerados tóxicos.

Mas depois foi alargado a outros bancos, levando o FMI a suspeitar da sua funcionalidade. “Reverter a Recredit para o seu mandato original, de suporte ao BPC, adicionando-lhe uma cláusula de expiração às suas operações”, recomendou o FMI na altura.

Segundo o supracitado documento, dada a importância da reestruturação do BPC, as condicionantes para revisões futuras terão em conta o plano de reestruturação actualizado. Assim, o Governo irá assegurar a implementação das disposições devidas em termos de governação e procedimentos operacionais na Recredit para maximizar as recuperações e minimizar o custo fiscal, até ao final de 2019.

Ao Mercado, o gestor financeiro Inocêncio das Neves refere que a reestruturação do BPC incluirá não só a estruturação funcional em termos de governação corporativa e controlo interno, mas também a reposição da sua carteira de activos em níveis aceitáveis para a continuidade sustentável das suas operações.

“Isto implicaria necessariamente o saneamento e/ou recuperação dos activos tóxicos e que em última instância se reflectem no défice orçamental com que o país tem enfrentado, uma vez que para a cobertura de tais riscos o Estado teve que emitir títulos da dívida pública quando na verdade tais dívidas deveriam ser da responsabilidade efectiva de quem as contraiu”, assinala o gestor.

Acrescentando, Inocêncio das Neves considera “crucial” a conclusão do processo de reestruturação até 2020, devido à dimensão e importância do BPC para o sistema financeiro nacional em geral, e para o sistema bancário em particular.

Relativamente à limitação do mandato da Recredit na compra de crédito malparado do BPC, o gestor considera prematuro avançar se a reversão é ou não viável, a priori, sem se aferir o desempenho da Recredit, uma vez que foi criada em 2016, mas ainda não foi publicado um relatório de gestão que inclua as contas auditadas.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
AngoNotícias/Jornal Mercado
21/01/2019

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