BNA: “Conferência sobre Financiamento ao Sector Privado” [24-01-2019]

A “Conferência sobre Financiamento ao Sector Privado”, que teve lugar a 23 de Janeiro, no Museu da Moeda em Luanda, foi marcada pelo discurso de abertura proferido pelo Ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, que na sua intervenção afirmou ser necessário ultrapassar os constragimentos da concessão de crédito ao sector privado, tanto do lado da oferta como do da procura, de forma a que o crédito possa fluir na economia, sem deixar de realçar que o Estado tem aqui um papel importante.

O Ministro de Estado afirmou ainda que a economia angolana está dependente do petróleo e precisa de ser diversificada, reconhecendo que “é preciso sair-se da simples retórica e encarar o aumento da produção nacional e a diversificação da economia como imperativo nacional”. Instou, igualmente, os bancos comerciais a prestarem o seu apoio de modo a que o crédito à economia aumente para levar o país a uma rota de rápido crescimento económico, assim aumentado a produção nacional, emprego e rendimento dos angolanos.

Seguidamente, foi realizado o enquadramento do sistema bancário nacional, pelo subdirector do Departamento de Supervisão Bancária do BNA, Elavoko João.
No primeiro painel, subordinado ao tema “Experiências sobre a Gestão do Crédito Malparado”, cuja moderação coube a Olivier Lambert, representante do Banco Mundial em Angola, os oradores em representação do Banco de Portugal, da consultora Mckinsey e da consultora Roland Berger, convergiram no facto de ser necessário adoptar uma solução integrada para os problemas que Angola regista.

João Hrotkó, da consultora Boston Consulting Group, considerou que a solução do crédito malparado passa por três alavancas: apoiar o sistema, acelerar a recuperação das instituições bancárias e garantir a sustentabilidade das mesmas.

No segundo painel, com o tema “Financiamento ao Sector Privado em Angola – Constrangimentos e Soluções”, foi moderado pelo Vice-Governador do Banco Nacional de Angola, Tiago Dias, tendo como palestrantes, o Secretário de Estado da Economia, Sérgio dos Santos, os presidentes da BODIVA e da AIA, bem como o representante do Ministério da Justiça, Irineu Matamba, ficou assente que há programas em curso que poderão melhorar o ambiente de negócios a curto e médio prazo, sendo este um tópico destacado na agenda do Presidente da República.

O presidente da BODIVA, Patrício Vilar, disse igualmente, que é preciso repor a eficiência da economia angolana e reiterou, por outro lado, que o Estado angolano tem que aparecer como facilitador, um papel que alegou estar já a ser desempenhado, porquanto os níveis de burocracia têm vindo a ser reduzidos.

No terceiro painel, bastante interactivo, moderado pelo Secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, o tema em debate foi “Financiamento à Agricultura e à Ágro-indústria – Constrangimentos e Soluções”. O público pôde saber pelos intervenientes do painel, como Carlos Cunha (empresário), Abrahão Gourgel, PCA do BDA e os gestores das fazendas Agrolíder, Girassol e Aldeia Nova os constrangimentos no dia-a-dia e as soluções obtidas.

O Administrador da Agrolíder, João de Macedo, ressaltou que só deveriam ter acesso a financiamento as pessoas que possuem experiência na área e não o inverso.

Foi igualmente dito neste painel que os empresários estão a trabalhar com o governo de Angola em mais de 40 projectos, e que se prevê, ainda dentro primeiro semestre, um maior impulso à produção nacional com a criação do Guichê Único da Empresa Agrícola.

A conferência foi encerrada pelo Governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, sublinhando, na ocasião, que o BNA continuará a debater temas financeiros e económicos relevantes com vista a estimular a economia nacional.

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