BPI considera “pouco provável” reduzir este ano participação em Angola

O presidente executivo do BPI, Pablo Forero, disse hoje que é “pouco provável” reduzir já este ano a participação que o banco tem no Banco de Fomento de Angola (BFA), uma vez que o processo é complexo.

“Se vai acontecer em 2019? É impossível de dizer, normalmente estas coisas demoram bastante tempo, é pouco provável que possa acontecer em 2019”, disse Forero, aos jornalistas na conferência de apresentação dos resultados de 2018.

O gestor espanhol acrescentou, contudo, que continua a trabalhar na redução da participação de 48% do BPI no BFA, mas que está “tranquilo” uma vez que Frankfurt não definiu prazos para essa operação.

Também hoje, na apresentação dos resultados do CaixaBank em Valência, o presidente executivo do grupo espanhol, Gonzalo Gortázar, referiu que o BPI espera reduzir a participação no BFA “quando chegar o momento” oportuno.

Apesar de referir que o BFA “continua a ser um banco com resultados magníficos, num país que está a melhorar muito”, considerou que a participação atual que o BPI tem no BFA “não corresponde ao nível de influência” que o grupo espanhol tem agora, “nem a que terá no futuro”.

O BPI tem 48,1% do BFA desde o início de 2017, quando vendeu 2% do banco angolano à operadora Unitel, mas tem uma recomendação do Banco Central Europeu (BCE) para reduzir ainda mais a operação no mercado angolano.

O ano passado, o BPI admitiu vender em bolsa as ações do BFA quando este fosse cotado, depois de Isabel dos Santos (dona da Unitel, a empresa que tem a maioria do capital do angolano BFA) ter dito que poderia avançar com um IPO [initial public offering] do BFA. No entanto, nada mais se soube sobre esse assunto.

Ainda não há uma decisão sobre se o BPI ficará com uma posição no angolano BFA ou se venderá a totalidade da sua participação.

O BFA é detido em 51,9% pela Unitel, tendo o BPI 48,1% (e apenas dois administradores não executivos).

O BPI divulgou hoje que teve lucros de 490,6 milhões de euros, bem acima do resultado de 10,2 milhões de euros registados em 2017.

A atividade em Portugal contribuiu com 396,3 milhões de euros (dos quais 218,3 milhões recorrentes, que excluem vendas de ativos), enquanto a contribuição do BFA foi de 73,2 milhões de euros e da operação em Moçambique (BCI) de 20,5 milhões de euros.

O BPI informou hoje que alterou o modo de classificação contabilística da participação financeira no BFA, que deixa de ser considerada ‘empresa associada’, consolidada por equivalência patrimonial, para passar a ser classificada como um investimento financeiro, em ‘ações ao justo valor por outro rendimento integral'”.

Forero disse que, com esta opção, passa a apropriar-se apenas dos lucros distribuíveis, o que considerou mais prudente.

Atualmente, o BPI é detido em 100% pelo grupo espanhol CaixaBank, na sequência da Oferta Pública de Aquisição (OPA) feita no início de 2017. Nessa operação, a ‘holding’ angolana Santoro, de Isabel dos Santos, vendeu a participação de 18% que tinha no BPI por 300 milhões de euros abrindo caminho ao total controlo do banco português pelo grupo bancário espanhol.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
AngoNotícias/DN
01/02/2019

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