Delegação angolana recebida em Washington

A delegação angolana que participa nas Reuniões de Primavera do Banco Mundial e do FMI, que decorrem até domingo em Washington DC (EUA), cumpre uma agenda institucional que prevê encontros com líderes das duas instituições financeiras multilaterais.

A delegação, chefiada pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, é integrada pelos titulares da Economia e Planeamento e pelo governador do BNA, Pedro Luís da Fonseca e José de Lima Massano, que se encontram desde o princípio da semana na capital norte-americana, além de técnicos dos três organismos públicos.

Está previsto um encontro com a vice-presidente do Banco Mundial, Kristakina Georgieva, que liderou a organização até na terça-feira o norte-americano David Malpass ter sido investido no cargo, numa reunião em que participa o vice-presidente da instituição financeira para África, Hafez Ghanem, que em Março esteve em Luanda, onde revelou a negociação de um programa de apoio de 1,2 mil milhões de dólares a favor de Angola.

Outras reuniões incluem os presidentes executivos da Corporação Financeira Internacional (IFC, sigla inglesa) e da Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA), Philippe Houérou e Keiko Honda.

Os representantes angolanos encontram-se também com o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, e com os ministros das Finanças da SADC.

Outro encontro ocorre no Caucus Africano, onde os ministros das Finanças do continente se reúnem e onde se prevê que participe o presidente do Banco Mundial.

Reuniões do género são replicadas a nível das estruturas do FMI, em encontros que envolvem a directora-geral e líderes dos departamentos regionais da organização.

Capital Humano

Ontem, o ministro das Finanças participou numa mesa-redonda consagrada às questões da saúde e do capital humano, eventualmente numa perspectiva orçanental angolana, mas sobretudo por nobreza do Banco Mundial, que auspiciou o debate, se encontrar no conhecimento da gestão parcimoniosa dos recursos e a sua aplicação no desenvolvimento da população, tal como descreveu uma fonte oficial em Washington.
Angola figura entre os 20 países africanos que estão em vias ou já adoptaram a agenda de desenvolvimento do capital humano do Banco Mundial, uma abordagem que envolve desembolsos a favor dos sectores da Saúde e da Educação.

Dívidas ao Banco Mundial e FMI vão a debate

Os representantes angolanos abordam, nestas reuniões, a dívida para com as duas instituições envolvendo, de um lado, o Banco Mundial e FMI, e do outro os ministros africanos das Finanças, de acordo com uma fonte do Jornal de Angola.

Estas reuniões, realizadas com o Comité Monetário e Financeiro do FMI e o Comité de Desenvolvimento do Banco Mundial, procuram respostas para o problema da dívida dos países de rendimento médio, que empregam no seu pagamento a maior parte dos recursos disponíveis.

Os países pedem uma reflexão sobre medidas prudenciais e correctivas que serão decididas por credores e devedores.

A referência para alterar o cenário da dívida, indicou a fonte, pode ser encontrado num novo arsenal de aconselhamento técnico do Banco Mundial, que pode começar a pedir aos países para contraírem volumes menores de dívida de longo prazo e a contratarem mais dívida interna.

FMI prevê taxas de 4 por cento

As Perspectivas Económicas Mundiais publicadas terça-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) projectam para os exportadores africanos de matérias-primas, como Angola e a Nigéria, dificuldades de crescimento a médio prazo, quando devem atingir taxas de expansão de 3,9 e 2,6 por cento.

O documento preconiza que na África Subsaariana a expansão económica atinja 3,5 por cento em 2019 e 3,7 por cento em 2020 (de 3,00 por cento em 2018), em projecções 0,3 e 0,2 pontos percentuais inferiores ao relatório de perspectivas de Outubro do ano passado.

Espera-se que o crescimento na África do Sul melhore marginalmente de 0,8 por cento em 2018 para 1,2 em 2019 e 1,5 em 2020, uma revisão de 0,2 pontos percentuais a menos em relação às projecções de Outubro.

O FMI considera no relatório que a recuperação projectada a médio prazo resulta de uma previsível redução da incerteza política na economia sul-africana depois das eleições de Maio de 2019.

O crescimento global, em 2019 (3,3 por cento), é afectado pelos mercados emergentes e os países em desenvolvimento, onde a expansão deve cair para 4,4 por cento este ano (de 4,5 em 2018), 0,3 pontos percentuais menos do que o relatório de Outubro de 2018 previa.

O declínio no crescimento em relação a 2018 reflecte uma menor expansão na China e a recessão na Turquia, com uma importante redução da actividade económica no final de 2018, bem como uma profunda contracção no Irão.

O relatório considera que medidas de estímulo podem amparar a actividade na China, onde a recessão reduz de forma gradual o potencial de crescimento de economias como a Argentina e Turquia.

Em 2020, prevê-se que o crescimento das economias emergentes dispare para 4,8 por cento, impulsionado quase inteiramente por um esperado fortalecimento da actividade económica devido ao ajustamento de políticas e à redução das tensões nos países afectados por conflitos e tensões geopolíticas, prevê o FMI.

Nos países em desenvolvimento, a previsão está sujeita a uma incerteza muito significativa. Com o declínio do crescimento nas economias avançadas, a aceleração projectada no crescimento global em 2020 é inteiramente baseada na projecção de melhorias para os mercados emergentes.

Publicação Externa da Autoria de:
Expnsão por Isabel costa Bordalo
11/04/2019

Fotografia: DR (Max Alier, representante permanente do FMI em Luanda, encontra-se com Archer Mangueira para os encontros de Primavera)

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