A bolsa de Nova Iorque fechou esta terça-feira no vermelho com o efeito G7 de Biarritz a esfumar-se. A cotação do ouro em euros chegou nesta sessão a um máximo histórico de 1392,64 euros por onça. A curva das taxas de juro da dívida norte-americana está, de novo, totalmente invertida. A 10 anos, o Tesouro dos EUA fechou a pagar esta terça-feira 1,471% menos do que 1,522% a 2 anos
O efeito G7 de Biarritz esfumou-se na praça de Nova Iorque. Teerão deitou um balde de água fria sobre a hipótese de negociações com Washington sem que as sanções da parte da Casa Branca sejam levantadas e os analistas levantam dúvidas sobre a narrativa dos telefonemas nocturnos dos chineses no domingo e sábado avançada pelo presidente Trump em Biarritz, mas não confirmada nem por Pequim nem pelo próprio secretário do Tesouro Steven Mnuchin.
O pânico regressou, por isso, a Nova Iorque. As bolsas norte-americanas fecharam esta terça-feira no vermelho. O Dow Jones 30 perdeu quase 0,5% e o S&P 500 e o Nasdaq recuaram 0,3% O índice MSCI para as duas bolsas fechou com um recuo de 0,33%.
As bolsas europeias ainda encerraram a sessão em terreno positivo. O índice MSCI para a zona euro subiu 0,54%. Milão liderou, com o índice MIB a subir 1,5%, animado pela possibilidade de um segundo governo chefiado por Conte, mas, agora, apoiado pelo Movimento 5 Estrelas e o Partido Democrático, afastando o espectro de novas eleições antecipadas.
Nas bolsas de mercadorias, a cotação do ouro, um tradicional ativo de refúgio, em euros atingiu um máximo histórico esta terça-feira em 1392,64 euros. Em outubro de 2012, a cotação chegara a 1386,32 euros. Em dólares, a onça do metal amarelo atingiu durante a sessão de segunda-feira 1565 dólares, um máximo de seis anos. Os analistas apontam para uma subida até aos 1600 dólares. Desde início do mês até ao fecho desta terça-feira em 1552,45 dólares, a cotação da onça de ouro já subiu 12,9%.
Um outro indicador de pânico financeiro é revelado pelo que os especialistas designam por “curva invertida” das taxas de juro dos títulos da dívida pública. Ou seja, as taxas da dívida de curto prazo são superiores às registadas a longo prazo. Os investidores exigem uma remuneração superior para adquirir títulos com maturidades baixas.
Esta semana, a inversão dessa curva voltou a ser total nos Estados Unidos, com as taxas a 2 anos, em 1,522% esta terça-feira, superiores às de 10 anos, que fecharam em 1,471%. Os EUA ingressaram, de novo, esta semana no ‘clube’ da curva invertida total onde têm por companhia Hong Kong, Canadá, República Checa, Argentina (com um risco de bancarrota de 43%), Egito, Nigéria, México e Venezuela (com um risco de incumprimento da dívida pública de 100%).
Publicação da autoria de Fonte Externa:
Expresso
27/08/2019