Expatriados absorvem em salários 2,4 mil milhões de dólares por ano

Angola gasta anualmente 2,4 mil milhões de dólares em transferências bancárias de salários de expatriados, revelou, sábado, na cidade do Lubango (Huíla) o economista José Severino, citando informações do Banco Nacional.

Falando num debate que marcou o Dia da Indústria Nacional, o economista disse estar na posse de informações do Banco Nacional de Angola que dão conta de que dos 500 milhões de dólares que a instituição disponibiliza mensalmente para operações económicas, 45 por cento vai para o pagamento de salários aos cooperantes.

Para inverter a situação, o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA) defende a aposta na chamada “formação dual”, sistema alemão que combina o aprendizado teórico e prático, com remuneração, em sectores em que o país mais precisa de força de trabalho qualificada.

O ideal, de acordo com José Severino, é que a percentagem que o país despende com o pagamento de salários a expatriados fosse reduzida, até 2021, de 45 para 25 por cento do montante global que o Banco Nacional destina, mensalmente, a operações económicas.

Apesar dos esforços financeiros que o Banco Nacional faz para assegurar as transferências dos salários de cooperantes, ainda há quem se queixe de alegadas falhas da instituição.

O empresário José Dias, que actua no ramo das rochas ornamentais, disse, na ocasião, que a sua firma enfrenta dificuldades no pagamento de salários aos trabalhadores expatriados. Desde Julho que os bancos comerciais não conseguem fazer a transferência, declarou. Como consequência, prosseguiu, os cinco trabalhadores que tinha nessa condição o abandonaram.

Lembrou que a força de trabalho estrangeira é ainda fundamental nas indústrias angolanas, pelo facto de o país carecer ainda de mão-de-obra especializada.

João Black, membro da Associação Agro-opecuária, Comercial e Industrial da Huíla (AAPCIL), apontou como solução a inclusão de estágios profissionais no processo de formação.

Para tal, defendeu, é preciso que o Estado crie incentivos para os industriais, como certificados de crédito fiscal, a quem dá estágio a jovens.

Participaram no chamado “Debate Vector”, que serviu para relançar o programa radiofónico Vector, que completou 20 anos de existência, representantes de mais 60 unidades industriais. O evento foi promovido pelo Gabinete de desenvolvimento económico integrado da Huíla.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
AngoNotícias/Jornal de Angola
25/11/2019

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