Specialist AO – Jaime Daniel – O Gestor e o Empresário-Fundador

Tem se tornado uma prática recorrente indagar alguns alunos do curso de gestão de empresas ou pessoas interessadas nesta área do conhecimento, sobre quem são os seus gestores predilectos, e ter como resposta: Bill Gates, Steve Jobs, Warren Buffett, Jeff Bezos e tutti quanti. Basta isso, para denotar que o critério que, muitos usam para identificar um grande gestor é um critério meramente monetário e não técnico. Não obstante, é importante salientar que um empresário pode ser um grande gestor, mas o objectivo fulcral deste artigo é –  desmistificar à falsa ideia de que, um grande gestor é sempre o empresário-Fundador de sucesso da empresa.

Essa corrupção da linguagem, essa distorção conceitual, remeteu-me ao livro do Peter Drucker ( 1909), considerado – diga-se de passagem – O pai da administração moderna “Innovation and Entrepreneurship”, onde ele analisa à questão do empresário-Fundador.

“O empresário-Fundador terá de enfrentar e analisar a pergunta: <<Qual é meu lugar?>>, assim que o emprendimento mostrar os primeiros sinais de estar a obter êxito”

A história está recheada de exemplos de Empresários-Fundadores que tiveram que questionar-se e  perceber o valor de um gestor dentro da organização. O Exemplo mais antigo e instrutivo é o de Henry Ford (1863- 1947). Quando em 1903, Ford decidiu estabelecer-se por conta própria, fez exatamente o que à Honda viria a fazer quarenta anos mais tarde: antes de começar, encontrou o homem indicado para ser o seu sócio e gestor, em áreas que Henry Ford sabia não ter o seu lugar – Administração, Marketing, Vendas e Pessoal. Henry Ford sabia que o seu lugar era à produção e limitar-se-ia nesta área. Henry Ford encontrou James Couzens (1872- 1936), que contribuiu efectivamente para o êxito da empresa. Muitas das políticas e das práticas mais conhecidas da Ford Motor Company, que são geralmente atribuída a Henry Ford – o famoso salário diário de 5 dólares em 1913, as políticas pionieiras no campo da distribuição e assistência, por exemplo – foram ideias de Couzens. Ou seja, historicamente à perfomance de James Couzens como gestor é ocultada pela à falsa ideia de que, um grande gestor é sempre o empresário-Fundador de sucesso da empresa. Ademais, Couzens enquanto gestor da Ford Motor Company insistiu que, o Modelo T da Ford estava a se tornar absoleto e como qualquer gestor que se preze, ele propôs inovar o produto. A sua proposta era utilizar  uma parte dos enormes lucros da empresa para iniciar o trabalho no seu sucessor. A constate discordância no âmbito da gestão entre James  Couzens e Henry Ford ou seja do Gestor e do Empresário-Fundador obrigou o Couzens a pedir à  sua demissão. Alguns meses depois, assim que Henry Ford tomou nas suas mãos todas as funções de gestão a Ford Motor Company começou o seu longo declínio, até que, com a morte do seu avô, Henry Ford ll (1917 – 1987 ), muito jovem tomou posse de uma empresa à beira da falência. Exemplo mais recente: Jack Welch(1981- 2001), nunca foi um Empresário-Fundador, mas foi o maior gestor do século XX, no comando de uma das maiores empresas do mundo: General Electric. Nomeado à CEO da empresa aos 40 anos, Jack desburocratizau à empresa, excluindo cargos que, segundo ele eram desnecessário, eliminou protocolos intermediário e outras medidas que deixaram à estrutura da empresa mais eficiente. O Empresário-Fundador pode agregar o skill de Gestor, porém poucos têm esse previlégio. Daí à Importância de cada um saber o seu lugar.

 

 

 

 

Leave a Reply

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.