A Corrupção da linguagem é um fenómeno que tem ganhado cada vez mais espaço no xadrez empresarial do país, com ênfase entre os empreendedores. Atualmente, tornou-se uma prática recorrente ver empreendedores se autodenominarem CEO na BIO de suas páginas do INSTAGRAM e em outras redes socias similares. Certamente que uma página no instagram, ou um website da sua empresa não são os requisitos para torná-lo CEO.
Ora bem, quero crer que, para quem está disposto a entrar no mundo do empreededorismo é mister ter noções básicas de conceitos organizacionais.
A organização é um processo que reúne recursos físicos e principalmente humanos essenciais à consecução dos objectivos de uma empresa. A organização caracteriza-se em três partes fulcrais que são: Objectivo, Hierarquia e Regulamentos. A Hierarquia empresarial é geralmente estabelecida obedecendo três diferentes áreas: Área estratégica, área tática e área operacional, é precisamente na área estratégica da empresa que encontramos à figura do CEO.
CEO é a sigla inglesa de Chief Executive Officer, que significa Director Executivo em português. O CEO é o principal cargo de uma empresa e suas responsabilidades incluem resolver e tomar decisões importantes, gerenciar os recursos e operações gerais de uma organização e atuar como o ponto central de comunicação entre a área operacional e o conselho de administração da empresa. O CEO é fiscalizado e recebe directrizes do conselho de administração. A Exemplo disso temos o novo CEO da Pumangol, Ivanilson Machado que foi nomeado pelo conselho de administração, composto pelos acionistas da empresa.
O papel do CEO dentro de uma organização é fundamental, porque ele precisa tomar decisões de alto risco, decisões essas que, vão ditar o futuro da empresa. Ora, decisões de alto riscos são tomadas por profissionais que adquiriram experiência e conhecimento ao longo de suas carreiras. Os cargos executivos devem dispor de um portfólio que combine as habilidades técnicas, financeiras e operacionais. Além de competência intelectual e prática, normalmente, os CEO’s possuem. Corroboro com Richard Branson, fundador do grupo Virgin, quando diz que “Nem todo mundo pode ser CEO. Um gestor precisa ser alguém que traz o melhor das pessoas, alguém que se comunica bem com os outros e ajuda um colaborador a aprender com o erro em vez de criticá-lo por isso. Nem todo mundo faz isso bem, e isso é OK. O fundador da empresa não precisa ser o CEO; se não se encaixa no perfil, ele/ela deve saber quando o papel é destinado a outra pessoa.”
Por outro lado, ser empreendedor é ter a capacidade e disposição para conceber, desenvolver e gerenciar um negócio à fim de obter lucro ou valor, porque quem cria uma instituição sem fins lucrativos, por exemplo, será que não está a empreender também?
A pratica de empreender pode se manifestar também dentro de uma organização que já está criada. Quando uma empresa consolidada se arrisca a explorar uma nova área ou desenvolve um produto inovador, ela está a empreender. Chiavenato ensina-nos que, <<O espírito empreendedor está também presente em todas as pessoas que — mesmo sem fundarem uma empresa ou iniciarem seus próprios negócios — estão preocupadas e focalizadas em assumir riscos e inovar continuamente.>>
Portanto, após essas distinções, nota-se que entre à sigla abstrata CEO e a prática concreta que são às suas funções dentro da organização à diferença é gritante. Ou seja, às pessoas tornaram-se insensíveis à diferença entre às palavras e actos. Não há nenhum drama de consciência de que, à minha autodenominação de CEO não condiz com o meu modus operandi. Não há mal nenhum em apresentar-se como empreendedor.