Dia: 27 de Abril, 2018

Angola volta a ter mais dinheiro a circular em Março

Angola voltou a aumentar ligeiramente o dinheiro em circulação física no país, entre Fevereiro e Março, equivalente a mais 5.592 milhões de kwanzas (21 milhões de euros), mas seguindo muito abaixo dos valores de 2017.

Segundo dados preliminares do último relatório sobre a Base Monetária Ampla do Banco Nacional de Angola (BNA), compilados pela Lusa, em Março estavam em circulação física no país 468.608 milhões de kwanzas (1.736 milhões de euros), contra os 463.016 milhões de kwanzas (1.715 milhões de euros) contabilizados em Fevereiro.

Tratou-se de um crescimento de 1,2%, que se soma ao aumento de quase 2% verificado entre Janeiro e Fevereiro.

Ainda assim, valores distantes, desde logo, do final de 2017, quando Angola tinha em circulação 527.550 milhões de kwanzas (2.000 milhões de euros). Além disso, actualmente, a inflação acumulada, a 12 meses, em Angola, segue acima dos 20% e só desde Janeiro o kwanza angolano já se depreciou em quase 32%, face ao euro.

A retirada de moeda de circulação pelo BNA é uma estratégia que permite valorizar a moeda nacional, travar a pressão cambial provocada pela cotação de moeda estrangeira (dólar e euro) no mercado paralelo, que serve de indicação a vários sectores.

A cotação do mercado paralelo e a taxa de câmbio oficial de divisas, face ao kwanza, têm vindo a convergir nas últimas semanas, após o início da aplicação do novo modelo de cambial flutuante, adoptado pelo BNA a partir de 09 de Janeiro.

Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira e económica decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo.

Actualmente, cada euro vale 270 kwanzas à taxa oficial, enquanto no mercado paralelo a transação (compra de moeda europeia na rua) é feita à volta de 520 kwanzas.

 

Publicação da autoria de Fonte Externa:
Lusa
27/04/2018

BFA e SOL lideram 2.º Leilão desta semana!

O BFA e o SOL foram os Bancos Comerciais que conseguiram arrematar mais divisas ao BNA no Segundo leilão desta semana, tendo conseguido comprar o montante de 4.687.500,00 EUR cada, de um total disponível de 35 milhões de euros, em segundo lugar com o valor de 3.767.182,75 EUR ficou o BAI.

 

Venda de divisas – 26 de Abril de 2018 (Com valores por Banco Comercial)

O Banco Nacional de Angola efectuou hoje, dia 26 de Abril, uma sessão de leilão de venda de divisas, tendo colocado no mercado primário o montante de EUR 35,0 milhões para cobertura de operações privadas com viagens, apoio familiar, saúde, propinas escolares e salários.
Desta sessão, foi apurada a taxa de câmbio média ponderada de Kz 273,269 por EURO, com depreciação de 0,857 por cento.

Contribuíram para o apuramento da taxa de câmbio de referência 24 dos 26 bancos participantes, tendo a taxa mais alta sido de Kz 274,984 por EURO e a mais baixa de Kz 271,750 por EURO. Em função das regras para organização dos leilões, o montante colocado foi arrecadado como se segue:

LEILÃO DE DIVISAS Nº 20, DE 26-04-2018

BFA

4.687.500,00

SOL

4.687.500,00

BAI

3.767.182,75

SBA

3.000.000,00

BCGA

2.750.000,00

BIC

2.345.723,48

BE

2.119.181,05

BVB

2.031.553,49

BNI

2.000.000,00

ATL

1.822.269,12

BCH

1.238.726,47

BPC

1.156.574,51

FNB

773.715,07

BPG

632.232,25

BCS

458.797,80

BPT

400.321,45

VTB

323.200,00

BCI

310.056,69

BMF

145.909,58

KEVE

129.312,61

BCA

111.000,00

YETU

43.875,18

BPAN

43.147,95

BKI

22.220,55

TOTAL

35.000.000,00

27.04.2018 – Cotações do dia ( BNA, Banca Comercial, Mercado Informal – Kinguilas – e Private Deals )

1 – BNA
Taxas oficiais do Banco Nacional de Angola
USD 224,95 (Compra 224,68 Venda 225,21) – Variação (+) 1,26% 
EUR 272,93 (Compra 272,59 Venda 273,27) – Variação (+) 0,86%

2 – BANCA COMERCIAL
Taxas dos Bancos Comerciais em Angola
2.1 – Divisas
USD 227,46 (Compra 225,21 Venda 229,71) – Variação (+) 1,26%
EUR 276,00 (Compra 273,27 Venda 278,73) – Variação (+) 0,86%

2.2 – Venda de Notas
USD 229,71 – Variação (+) 1,26%
EUR 278,73 – Variação (+) 0,86%

3 – KINGUILAS – Compra e Venda de Notas
Taxa média aplicada pelo Mercado de Rua em Angola
USD 420,00 – Variação (+/-) 0%
EUR 510,00 – Variação (+/-) 0%

4 – PRIVATE DEALS – Compra e Venda de Divisas Bancárias
Taxas médias aplicadas através de negociação entre particulares
USD 500,00 – Variação (+/-) 0%
EUR 550,00 – Variação (+/-) 0%

Sindika Dokolo: “Há uma estratégia populista em Angola”

O marido de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano, diz não temer a lei de repatriamento de capitais em Angola. E espera que mudanças no país não sejam uma “vingança pessoal” do Presidente João Lourenço.

Desde a saída de José Eduardo dos Santos da Presidência da República de Angola, no ano passado, dois dos seus filhos, Isabel e José Filomeno dos Santos, foram afastados dos cargos públicos que desempenhavam: Isabel dos Santos, da direção da petrolífera estatal Sonangol, em novembro, e José Filomeno dos Santos, o “Zenú”, do Fundo Soberano, em março deste ano.

Inquéritos visando apurar eventuais desvios de fundos estão a decorrer atualmente. Mas o genro do ex-Presidente angolano, Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos, em entrevista exclusiva à DW África, recusou-se a falar de “caça às bruxas” e evocou, contudo, o que chama de “uma estratégia política populista”.

“Penso que são sinais fortes que talvez faça parte de uma vontade de levar a cabo uma estratégia política um pouco mais populista. Atualmente está em discussão uma lei que já fez correr muita tinta, que é a lei sobre o repatriamento de dinheiros ilegais. Eu e a minha esposa somos homem e mulher de negócios, portanto as nossas atividades a nível internacional não entram no quadro desta lei”, afirma Dokolo.

 Sindika Dokolo: “Há uma estratégia populista em Angola”

O empresário Sindika Dokolo não teme que um dia seja também ouvido pela Justiça angolana. Ele diz que “se for necessário justificar tais ou tais atos, evidentemente apresentarei os meus argumentos. Mas particularmente não tenho nada a temer”.

“Vingança pessoal”

O marido da mulher mais rica de África acredita que “é legítimo que o novo poder tente mostrar as suas grandes opções políticas e filosóficas, rever como as coisas eram feitas, nomeadamente questões das relações familiares, questões de negócios, assuntos que têm a ver com a gestão da coisa pública, com as empresas públicas, tudo isso é perfeitamente legítimo”.

No entanto, Sindica Dokolo espera que todas essas mudanças em Angola, iniciadas pelo Presidente João Lourenço, “não se limitem a uma vingança pessoal contra o seu antecessor que cedeu as chaves do poder sem discussões e contrapartidas”.

Sem falar em “caça às bruxas”, e referindo-se às investigações sobre a administração da sua esposa na petrolífera Sonangol, o empresário também espera que o mesmo rigor seja também aplicado a todos aqueles que terão participado no naufrágio efetivo da petrolífera e de muitas outras empresas públicas, “assim como da gestão das finanças públicas nos dez ou 20 últimos anos em Angola”.

Entretanto, numa das recentes edições da revista “Jeune Afrique”, Sindica Dokolo, que para além de empresário é colecionador de arte, lembra que há limites à atuação do Presidente João Lourenço, tendo afirmado que “o país dispõe de instituições fortes e, por isso, confia no trabalho que fará a Justiça”.

 

Publicação da autoria de Fonte Externa:
DW
27/04/2018