Assistência do FMI apoiará reformas em Angola – Moody’s

O apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Angola, no quadro do programa de assistência solicitada pelo Governo angolano, permitirá, a concretizar-se, reforçar as reformas no país, considerou a agência de notação Moody’s.
Para a agência norte-americana, o acesso de Angola a um programa Extended Fund Facility (EFF), em negociação com o FMI, reforçaria a situação angolana, em termos fiscais e externos, “enquanto o Governo do Presidente João Lourenço prossegue com as suas ambiciosas políticas económicas e a agenda de reformas estruturais para restaurar a estabilidade macroeconómica”, sublinhou a Moody’s.
A agência ressalvou que o pedido angolano de assistência ao FMI – que poderá chegar aos 4.500 milhões de dólares – demonstra “as necessidades urgentes de Angola” e “reflete os desafios atuais do Governo, após a deterioração significativa do balanço nos últimos três anos.
Apesar de o preço do crude “ter subido para valor superior a 70 dólares (59,78 euros) por barril”, face aos 46 dólares (39,28 euros) de junho de 2017, a Moody’s frisou que “o orçamento do Governo de Angola continua sob pressão e o crescimento é anémico”.
A Moody’s vincou que “espera um crescimento de 2% neste ano” em Angola, um registo inferior às previsões do Governo de João Lourenço, que apontam para 4,9%, entretanto revistas em baixa, para 2,2%.
“A dívida pública deverá ultrapassar 70% do Produto Interno Bruto (PIB), o défice fiscal poderá atingir 2,0% do PIB nominal e os pagamentos de juros deverão permanecer acima de 20% da receita em 2018”, previu a agência norte-americana.
A Moody’s perspetiva que as negociações do programa de assistência do FMI a Angola possam “iniciarem-se em outubro”.
Segundo o ministro das Finanças, Archer Mangueira, caso Angola chegue a uma conclusão com a instituição de Bretton Woods, o montante financeiro será disponibilizado em três tranches de 1.500 milhões de dólares (1.300 milhões de euros) por ano, com vista à execução do Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM) definido pelo Governo.

Publicação da autoria de Fonte Externa:
Jornal Mercado
29/08/2018

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